Aconselhamento em Amamentação: como orientar com consciência e acolhimento

No universo da consultoria em amamentação, saber escutar é tão importante quanto orientar. Portanto, diferenciar entre simplesmente dar conselhos e aplicar o aconselhamento em amamentação é essencial para garantir um atendimento humanizado e realmente transformador.

Ao longo deste artigo, você vai entender as bases do aconselhamento, as habilidades necessárias para desenvolvê-lo e como isso impacta positivamente a experiência de mães, bebês e suas famílias. Além disso, verá como incorporar essas técnicas no seu atendimento diário.

Objetivo com aconselhamento em amamentação.

O que é aconselhamento em amamentação?

Segundo o manual da OMS e da UNICEF, aconselhar não significa dizer à mulher o que ela deve fazer. Trata-se, na verdade, de oferecer elementos que a ajudem a decidir, de maneira consciente, o que é melhor para ela e para seu bebê.

Assim, o aconselhamento é um processo de escuta ativa, individualizado e centrado no cliente. Ele pressupõe estabelecer uma relação de confiança e apoiar a mulher no resgate da sua autonomia em relação à própria saúde e à de seu filho.

Teoria de aconselhamento centrado no cliente

Tripé do aconselhamento: apoio emocional, educativo e avaliação de riscos

O aconselhamento em amamentação se sustenta sobre três grandes pilares:

  • Apoio emocional: Escutar com empatia e acolher os sentimentos da mulher.
  • Apoio educativo: Oferecer informações claras, relevantes e sem julgamento.
  • Avaliação de riscos: Identificar situações que podem comprometer o sucesso da amamentação e atuar de forma preventiva.

Dessa maneira, a consultora contribui de forma efetiva para fortalecer a confiança da mulher em sua capacidade de amamentar.

Habilidades essenciais para um aconselhamento eficaz

Existem duas grandes áreas de habilidade no aconselhamento: escutar e compreender e desenvolver a confiança e oferecer apoio. Ambas precisam ser treinadas constantemente para que o atendimento seja efetivo.

1. Como escutar e compreender

Para ouvir de maneira eficaz, é fundamental:

  • Usar comunicação não verbal útil (olhar, postura, expressões faciais acolhedoras)
  • Manter a cabeça no mesmo nível da mãe
  • Remover barreiras físicas (como mesas ou computadores)
  • Fazer perguntas abertas
  • Demonstrar interesse com gestos e respostas
  • Devolver com suas próprias palavras o que a mulher expressou
  • Evitar palavras ou expressões que transmitam julgamento

Por exemplo, em vez de perguntar “Ele mama bem?”, prefira “Como está o momento das mamadas para você e seu bebê?”. Dessa forma, você encoraja um relato mais completo e genuíno.

2. Como desenvolver a confiança e dar apoio

Para fortalecer a autonomia materna, o aconselhamento propõe práticas como:

  • Aceitar o que a mãe pensa e sente
  • Reconhecer e elogiar pequenas conquistas
  • Oferecer ajuda prática (como ajeitar o espaço para amamentação)
  • Fornecer poucas e relevantes informações, sempre com linguagem simples
  • Fazer sugestões em vez de dar ordens

Consequentemente, o atendimento se torna mais leve, respeitoso e eficaz, aumentando a adesão às boas práticas de amamentação.

Empatia x Simpatia no aconselhamento a amamentação

A empatia como ferramenta de transformação

Ser empático não é apenas ser simpático. Na verdade, trata-se de validar os sentimentos da mulher, reconhecendo suas dores e conquistas sem julgar ou minimizar suas experiências.

Essa habilidade pode e deve ser treinada. Além disso, estudos apontam que atendimentos empáticos resultam em melhor experiência para as mães, maior adesão às orientações e melhores desfechos clínicos para mãe e bebê.

Aplicando o aconselhamento na prática clínica

Em uma consulta, aplicar as técnicas de aconselhamento faz toda a diferença. Imagine uma mãe que relata dificuldade com a pega devido às mamas desafiadoras. Ao usar escuta ativa e oferecer sugestões sem imposição, você cria um espaço seguro para que ela confie em suas próprias escolhas.

Da mesma forma, entender a biomecânica da amamentação permite ajustar a orientação de forma precisa, sempre respeitando os limites e capacidades da díade. Portanto, investir em conhecimento técnico e habilidades interpessoais é fundamental.

Habilidade como desenvolver a confiança e dar apoio

Conclusão: aconselhar é empoderar

O aconselhamento em amamentação vai muito além de repassar informações. Trata-se de criar espaços de escuta, apoio e fortalecimento das mulheres em sua jornada de nutrir seus bebês.

Portanto, cultivar essas habilidades no seu dia a dia é um investimento na sua carreira como consultora e, acima de tudo, no sucesso da amamentação para cada família que você acolhe. Em resumo, ouvir com empatia é transformar realidades.

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